Nos últimos anos já passamos por várias ondas no mercado PET nacional, em nossas andanças por todo Brasil podemos constatar coisas interessantes e a evolução deste gigante mercado que vem mudando sua estrutura e consequentemente sua classificação mercadológica, vamos apresentar um levantamento de toda situação atual do mercado em três partes. Sendo elas:
TEMA 1 : “Classificação de alimentos PET no mercado nacional”
TEMA 2 : “Avaliação de Normativas do MAPA para registro de alimentos no que tange as de embalagens no Brasil ”
TEMA 3 : “Avaliação de rotulagem de alimentos e suas categorias no mercado PET do Brasil”
Vivemos na década de 80 até 2000 um avanço grande no consumo de produtos industrializados para cães e gatos importados e ou produtos nacionalizados (formulações de outros países e produzidos no Brasil) no recente mercado PET BRASIL, visto que antes deste marco os PETs comiam rações caseiras e ou restos de comida sem nenhum balanceamento nutricional, ainda na década de 70 a Ralston Purina trouxe para o Brasil a ração Sítios e Quintais Cães – ração peletizada completa e balanceada (produzida em suas fábricas espalhadas em todo território brasileiro e mundial) e logo na década de 80 surgiu a primeira extrusada com o slogam “Tão nutritivo. Você só precisa acrescentar amor. A refeição completa que os cães adoram. Bonzo não é ração, é refeição.”, Importada dos EUA.
Não deixando de relatar o início de indústrias e marcas nacionais que naquela época cresciam muito com o avanço da tecnologia da extrusão (tecnologia de processo que possibilitou o uso de maior quantidade de amido na nutrição de cães e gatos, devido a maior temperatura atingida nas extrusoras-máquinas de processar produtos humanos, pet e peixe), estas tinham como maior mercado os produtos econômicos e de grande volume e nesta época representados pelo Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal – SINDIRAÇÕES, que iniciou suas atividades em Janeiro de 1953, como sindicato das indústrias de rações balanceadas. Em 1995, atendendo a uma demanda do crescimento do mercado, a evolução da tecnologia e o surgimento de vários segmentos dentro do setor de alimentos e alimentação animal, transformou-se em Sindicato da Indústria de Alimentação Animal, para acolher todos os segmentos que atuavam no setor.
Após este grande avanço da décadas de 80 e 90, onde tivemos a fundação em 1980 da Associação Nacional dos Fabricantes de Ração (Anfar), a entidade trabalhava em prol do desenvolvimento das indústrias do setor de nutrição animal e hoje Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), em 2000 tivemos um “boom” no mercado PET brasileiro, uma especialização de toda cadeia de alimentos para PET, com estudos científicos nacionais aliados a melhores condições de produção, mão de obra especializada na indústria de nutrição e medicamentos, ingredientes de melhor qualidade e profissionalização do comércio de serviços e produtos.
E de 2000 para cá muita coisa mudou, segundo Euromonitor Internacional:
“INOVAÇÃO FOI CHAVE NA CONDUÇÃO DO CRESCIMENTO -Enquanto os pais dos animais continuam a humanizar seus animais de estimação, a inovação impulsionou a indústria com produtos atraentes, projetados mais para agradar aos humanos.
AUMENTANDO NÍVEIS DE SEGMENTAÇÃO – Quebrar os produtos por raça, idade e estilo de vida tem sido fundamental para manter o interesse dos consumidores e impulsionar o crescimento.
PREMIUMIZAÇÃO AINDA UMA ESTRATÉGIA GLOBAL – Produtos de melhor qualidade com ingredientes funcionais, funcionalidade adicional e novas proteínas têm sido um ponto-chave de venda, particularmente quando os consumidores se recuperam das ofertas de preço médio.”
Fonte: Innovation in Pet Food: premiumisation and segmentation – Euromonitor, junho 2018
Fazendo uma conta estimada e associando consumo e população
2.660.000.000 de kg de alimentos produzidos em 2017. 22 milhões de gatos comendo 100 g = 2.200.000 alimento/dia* 365 = 803.000.000 kg/ano 53 milhões de cães comendo 300 g/dia*365 = 5.803.500.000 kg/ano Estimado consumo de 100g /gato e 300 g/ cão.
Somando estes que são os PETS de maior consumo temos:
6,6 milhões de tons de alimentos, que seria mais do dobro produzido em 2017, o que nos mostra que o cenário de consumo de outras dietas como ração caseira, chega a quase metade dos cães e gatos no Brasil.
Então temos um mercado em ascensão por muito tempo, que ainda requer muita diferenciação e diversificação.
Alimentos Úmidos x Secos
As rações úmidas datam do século XVIII na França feita com leite, pão e queijo, ainda sem balanceamento e eram preparados e comercializados em âmbito regional. Mas foi em meados dos anos 1800 que a história da ração começa a tomar corpo e surge a primeira comida feita especificamente para cães. Um eletricista americano que vivia em Londres, inventou o primeiro alimento industrializado preparado exclusivamente para cães. Como ele vivia próximo a um estaleiro, observava que os animais se alimentavam com migalhas de biscoitos descartadas pelas pessoas. Desta maneira, James Spratt, idealizou um alimento especial para cachorros composto de trigo, legumes e carne. Em 1890, a produção da primeira alimentação exclusiva para cães havia se estabelecido nos Estados Unidos e se tornou conhecida como “Spratt’s Patent Limited”. Nos anos posteriores, os biscoitos caninos eram considerados como sinônimo de comida de cachorro. (Fonte: Blog do Cachorro).
Hoje temos uma gama de produtos secos e úmidos no mercado nacional que traz ao consumidor muitas dúvidas na escolha do que oferecer ao seu animal de estimação, opa como me referir aos nossos PETS.
Figura 4 – Diferenças advindas de mudanças culturais e mercadológicas
Animais de companhia | PETS Animais de estimação |
Até anos 2000 | Dias de hoje |
Ração | Alimento |
Viviam na maioria fora de casa | Vivem na maioria dentro de casa |
Pets amigos | Pets filhos |
Alimentar | Alimentar para viver mais e melhor |
Forte restrição de custos | Sem muita restrição de custos |
ALIMENTO DE CUSTOXBENEFÍCIO | PREMIUNIZAÇÃO E DIFERENCIAÇÃO DA ALIMENTAÇÃO |
Fonte: GMG Consultoria & Marketing
No passado recente a ABINPET, ainda como ANFAL tentou classificar os alimentos secos para cães, sem sucesso, então o mercado caracteriza como quer, criando situações embaraçosas para profissionais e consumidores além de mitos no mercado
Figura 5 – Classificação mercadológica nacional e internacional, segundo mercado nacional de alimentos secos.
1980 -1990 | 1990 -2000 | 2000 -hoje | |||
Brasil | mundo | Brasil | mundo | *Brasil | mundo |
econômico | standart | combate | standart | combate | standart |
standart | premium | econômico | premium | econômico | premium |
premium | super premium | standart | super premium | standart | super premium |
super premium | premium | premium | clínicos | ||
super premium | premium especial | ||||
super premium | |||||
clínicos |
*Atualidade – Levantamento feito por GMG consultoria & marketing de 2016 até hoje em Estado Rio de Janeiro.
Caracterização dos produtos encontrados hoje no mercado:
ALIMENTO COMBATE
ALIMENTO ECONÔMICO
ALIMENTO STANDART OU INTERMEDIÁRIO
ALIMENTO PREMIUM
ALIMENTO PREMIUM ESPECIAL (HIGH PREMIUM)
ALIMENTO SUPER PREMIUM
ALIMENTO SUPER PREMIUM – CLÍNICO
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Glaucio Magalhães Gonçalves
Diretor Técnico Comercial – GMG Consultoria e Marketing