O Sal Mineral proteinado ou mistura múltipla como o próprio nome já indica, é uma mistura de todos os macros e micros minerais essenciais com fontes de proteína e energia. Existe a mistura múltipla indicada para suplementação no período de seca, onde parte da fonte de proteína é proveniente da ureia (Nitrogênio Não Proteico) e parte de proteína verdadeira, proveniente de farelos (milho, soja, trigo, etc). Para o período de chuva os níveis de ureia são menores ou até não contém ureia nestes produtos.
Os macros minerais mais importantes são: Cálcio (Ca), Fósforo (P), Magnésio (Mg), Enxofre (S), Sódio (Na), Cloro (Cl) e Potássio (K) e os micro minerais: Ferro (Fe), Zinco (Zn), Cobre (Cu), Iodo (I), Manganês (Mn), Flúor (F), Molibdênio (Mo), Cobalto (Co), Selênio (Se), Cromo (Cr), Níquel (Ni), Vanádio (V) e Silício (Si). Normalmente esses elementos fazem parte da mistura mineral disponíveis no comércio, mas é importante comprar o produto de empresas idôneas e, em caso de dúvida, coletar amostra do produto e enviar para análise.
As necessidades de sal mineral variam de acordo com o estado do animal e o peso. De forma geral pode-se dizer que o consumo diário deve ser entre 80 a 100 gramas. É bom lembrar que sem uma correta mineralização o animal não desenvolverá todo seu potencial, portanto é recomendável a avaliação de um especialista para indicar a melhor mistura para o rebanho.
De uma maneira mais simples de entender, os Suplementos Minerais Proteinado são uma mistura do suplemento mineral utilizado para uma determinada categoria animal, acrescido de farelos e ureia, como fonte de suplementação proteica e energética.
Qual a importância do sal proteinado para bovinos de corte?
O sal proteinado para bovinos de corte é um grande avanço na nutrição animal, pois promove um incremento no ganho de peso dos animais a pasto que são suplementados apenas com suplementos minerais, pois é a melhor relação custo benefício e quando bem realizada pode propiciar ganhos de 200 a 300 g ao dia, em sua maioria esse tipo de suplementação é utilizada em períodos de baixa qualidade do pasto, onde o mesmo já atingiu a sua maturação perdendo os principais nutrientes e sua digestibilidade.
A suplementação com sal proteinado para bovinos de corte é considerada barata pela quantidade utilizada, 1 grama por kg de peso do animal, essa pequena quantidade se justifica, pois a função desse suplemento é suprir a deficiência de nitrogênio, para que as bactérias celulolíticas no rúmen consigam realizar a síntese proteica da forma mais eficiente possível, melhorando o desempenho do animal e em alguns casos podendo-se notar inclusive um leve ganho de peso, como citado acima.
De maneira direta, o sal proteinado para bovinos de corte melhora a digestão alimentar, aperfeiçoa o aproveitamento dos nutrientes ingeridos, reduz o tempo para o abate e promove em determinados casos o ganho de peso ao rebanho, sendo assim um componente extremamente importante na dieta dos bovinos de corte.
E como seria a montagem das Linhas de processamento?
Existem varias formas de se começar a fazer o sal mineral proteinado, abaixo irei relatar como as empresas procedem desde o início da produção até quando alcançam altos níveis produtivos.
1) No início várias empresas começam fazendo as misturas em misturadores verticais e nada mais, hoje no mercado têm misturadores de 300, 500, 750, 1.000, 2.000 e 3.000 Kg/batelada. Não a forma mais adequada nem irão obter a melhor homogeneização de matéria prima, mas com certeza é forma mais barata de se iniciar uma produção e alcançar um mercado promissor.
2) Com o passar do tempo as empresas começam a querer um pouco mais de produtividade em seus equipamentos e começam migrar para misturadores verticais, nesse ponto temos duas possibilidades:
a) A primeira seria utilizar o misturador de horizontal com helicoides, de início ele já ter uma melhor homogeneização e o tempo de mistura irá cair de 15 minutos por batelada para 5 minutos por batelada.
b) Utilizar misturador horizontal com paletas, essa é opção que para 95% das empresas virá com uma sucessão ao misturador de helicoides, por dois motivos, o valor dele é pouca coisa mais alta que o misturador de helicoides, porém para se trabalhar com ele é necessário ter uma caixa de armazenamento de produto misturado antes do ensaque, pois as comportas dele abrem totalmente e comisso não é possível fazer o ensaque dessa linha diretamente saindo do corpo do misturador, mas o lado positivo é que cada batelada tem um tempo de mistura de 1,5 a 3 minutos, o que agiliza o processo.
3) Como passar do tempo o produtor sente a necessidade de aumentar a produção, mas se sente refém do equipamento que tem nessa hora ele começa a contabilizar o tempo produtivo que ele tem, e onde estão os gargalos, normalmente esses gargalos estão na preparação de matéria prima e na linha de ensaque. Visando esses dois setores ele começa a aperfeiçoar a linha e adapta o misturador com silo de espera na parte superior dele e um silo de descarregamento na parte inferior. Esses dois silos irão dar um tempo maior para que o operário consiga fazer uma pesagem enquanto o proteinado está sendo misturado e descarregado, enquanto isso já haverá outra batelada pronta para ser descarregada. Outra ampliação é a utilização de um silo de ensaque, esse é muito importante, pois ele desocupa o misturador totalmente para que ele esteja sempre em funcionamento, acelerando a produção, o único detalhe que se dever ter em mente é que esse misturador tem que ter capacidade para duas ou três bateladas terminadas, pois normalmente mesmo trabalhando em maior numero de pessoas o ensaque não é mais rápido que o processo de mistura e descarregamento.
4) E a ultima etapa é quando o produtor começa a querer ter um controle maior sobre o que esta sendo produzida, muita das vezes os pontos fundamentais de produção que é a dosagem ele passa para uma dosagem automática e deixa somente o ensaque sendo controlado pelos funcionários, toda as demais funções fica por conta da automatização da fábrica, e com isso ele ganha em redução de mão de obra, melhoria na qualidade do produto, maior eficiência na dosagem dos micros ingredientes, pois esses passam a ser feitos de forma automática. Hoje no Brasil, são poucas as empresas que trabalham dessa forma, o ponto de maior impacto nesse processo é alto preço dos equipamentos e automação da linha.
Linha mais simples, com moagem, silos de dosagem e pesagem de macro ingredientes, mistura e ensaque.
Linha completa, que tem recebimento a granel, armazenamento, dosagem de macros e micros automáticos, moagem de macros, mistura e ensaque.
Aço carbono ou Aço Inoxidável?
A PORTARIA N° 210 DE 10 DE NOVEMBRO DE 1998, não possui nada dizendo que as fábricas de ração animal devem ter seus equipamentos construídos em aço inoxidável. Dessa forma o cliente já tem a possibilidade de optar por equipamentos construídos em aço carbono que resulto em uma economia grande, uma vez que o preço do inox é o dobro do carbono.
Uma vez que se vai construir a fábrica em aço carbono devemos lembrar que os equipamentos devem estar em boas condições de uso isso inclui limpeza dele, não pode ter incrustação de produtos derivados de produções passadas, deve estar sempre higienizado e principalmente esse não pode estar com a tinta descascando ou soltando pedaços para não contaminar o produto final.
O aço inoxidável é basicamente inerte à grande maioria dos compostos liberados por alimentos, incluindo seus aditivos químicos. Ele normalmente não forma micro fissuras, assim evitando a possibilidade de surgimento da infecção bacteriana. Um dos benefícios proeminentes do aço inoxidável em relação ao gosto ou ao odor de um alimento para o alimento seguinte é a rapidez com que sua superfície pode ser deixada livre de resíduos e das bactérias. Isto é de grande importância higiênica, particularmente na manipulação de alimentos. O aço inoxidável também é selecionado no comércio de catering por suas características de higiene, durabilidade, e resistência aos riscos. Com a introdução do Food Safety Act (EUA), a higiene da atividade de catering tornou-se ainda mais crítica e o inox atende às expectativas.
Para quem tem intenção de exportar a produção o que internamente tratamos como luxo pode virar uma obrigação para que possamos atender todas as normas dos países que estão importando.
E com a linha Branca de Sal mineral e Proteinado fechamos mais uma série textos a respeito de produção de ração animal, espero ter contribuído um pouco mais para que nossos empresários invistam mais nessa área para que possamos avançar rumo a auto sustentabilidade.
Esp. Rafael Resende Silva
Engenheiro de Alimentos
Skype: eng.rafaelrs