Esse fenômeno ocorre quando o produto flui de maneira desuniforme através da matriz, sendo cortado mais fino de um lado do que do outro.
A causa mais comum é quando o produto é retido parcialmente nas costas da faca, à medida que o conjunto de facas percorre a superfície da matriz.
Se esse é o principal motivo, há três medidas à serem tomadas:
O fenômeno de “ Cunha” também pode ser causado pelo produto fluindo mais rapidamente por um lado da matriz. Em uma extrusora de rosca simples, a fluxo de saída do produto na periferia da matriz tende a ser mais rápido que na região central.
Esse gradiente de velocidade radial pode ser resolvido criando um espaço morto entre o final da rosca cônica de saída e a face interna da matriz - é o que chamamos de “pré-expansão”.
Aumentar um pouco a taxa de alimentação também pode ajudar, assim como incrementar a viscosidade do produto pela redução do extrato etéreo da massa à ser extrusada - pois sempre é possível adicionar um pouco mais de óleo ou gordura por fora do pellet.
O fluxo do produto também é afetado pelo desenho da matriz.
Ao desenhar a matriz, o fabricante deve ter o cuidado de evitar cantos vivos, transformando-os em curvas mais suave, de maior raio. Encurtar a seção paralela de fluxo (chamada de “land lenght”) no lado da matriz de menor velocidade de fluxo também pode ajudar, mas não é uma solução viável / fácil de se fazer em uma matriz já pronta e tratada, e por isso não é usualmente adotada.
COBERTURA (COATING) DESUNIFORME
Nem sempre é fácil identificar visualmente o problema. Muitas vezes as falhas de banho de óleo / flavor só se tornam perceptíveis quando aparecem problemas de queda de palatabilidade no produto.
Falhas facilmente percebidas ou não, a primeira coisa a fazer é tratar adequadamente o líquido recebido, principalmente se esse for o óleo de frango ou peixe.
Pouquíssimos fabricantes de pet food no mercado tem a sorte ou o poder de negociação para adquirir somente óleos de origem animal já centrifugados, no qual a maior parte das partículas sólidas em suspensão foram previamente removidas.
Assim a primeira coisa a fazer é usar um ou mais sistemas de filtros no recebimento de óleo.
A maior parte dos sistemas de aplicação de banho de óleo (coating) que vemos hoje nas indústrias ainda utiliza bicos de pulverização para essa tarefa, o que obviamente fica impossível se o líquido tiver grande quantidade de sólidos em suspensão.
Não é difícil de encontrar até pedaços de carcaça de aves nesses líquidos.
Vejam abaixo foto do recebimento de óleo de frango em um pré-filtro. O produto estava de acordo com as especificações de acidez e sem rancificação, portanto aparentemente “pronto” para uso. O único problema é que seria impossível adiciona-lo através de um sistema padrão de pulverização sem pelo menos duas etapas de filtragem.
(imagem 1)
Após a armazenagem, e já no tanque diário de serviço o problema pode persistir se não houver um ou mais filtros-cesta antes da bomba que envia o produto para os bicos.
(imagem 2)
O terceiro ponto crítico do processo é a MEDIÇÃO da quantidade de líquido adicionado.
Se você não for um felizardo que tem um sistema de medição mássico (caro), e o seu conjunto de adição for por aferição volumétrica (muito mais comum), pode parecer óbvio, mas não se esqueça de multiplicar os litros da aferição pela densidade do óleo ..... a sua fórmula pede kg de óleo, e não litros - a diferença é significativa.
De qualquer modo, sempre recomendamos que ao invés de utilizar apenas o sistema simples de aferição em um balde, tenham pelo menos um medidor volumétrico de líquido, com contador resetável mecânico ou eletrônico.
Lembre-se que se você medir o líquido por uma derivação na saída da bomba, essa medida nunca será a mesma do que ocorre na ponta do bico – isso em função da altura manométrica, dos trechos em curva da tubulação, e da perda de carga ocorrida também no bico.
Para líquidos com viscosidade menor que 150 mpas (média/ baixa viscosidade), sugerimos a utilização de medidores de engrenagens ovais, câmara simples, na qual o corpo atua como câmara de medição. No caso de medidores eletrônicos, um sensor magnético ou indutivo é inserido em uma das tampas do medidor a fim de captar os pulsos gerados de acordo com a revolução do par de engrenagens ovais, ou seja: a quantidade de pulsos é proporcional à vazão.
Recomendações adicionais: